Da Noite um Verso do Esquecimento

Da noite o verso que vaza cristalino

frente ao inverso, parlenda de menino

e nos ouvidos histórias e folclores

se redimindo nas barbas de um lobisomem.

Da noite escassa um tom de solidão

presa entre os dentes do mundo ou de um cão

rosnando vítreo o olhar parnasiano

enquanto a vida resguarda os seus anos.

Do sonho um sol fritante em boemia

já conturbado se é noite ou se é dia

pois, sem estrelas no olhar triste e confuso

é derradeira a voz em tom escuso.

Do sonho a lua frisando o prateado

e nos escombros do corpo um ser alado

rangendo os dentes fulgentes do pecado,

anjo caído preso na encruzilhada.

Da noite o verso confuso interiorado

pelos espelhos da fronte tão confusa

que em poesia descrita e tão difusa

naquela verve que esperando então morria.

Da noite a estrela cadente e solitária

esperando aquelas quadras ordinárias

que a mão poeta reescreve com destreza

surtindo um sopro no ventre da natureza.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 01/08/2013
Código do texto: T4414440
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.