MAZELAS

Olho a cidade através da vidraça,

o sol que arde em meio a tanta fumaça,

nessa floresta de cimento e vidro,

o povo está perdido pra ganhar o pão,

tanta gente junto e ninguém se conhece,

meu Deus, que coisa mais sem graça,

a pior solidão é a solidão de tantos,

que vagam sozinhos pela multidão.

cada um tem seus problemas,

cada pessoa chora no seu canto,

uns sofrem pouco, outros penam tanto,

e assim cada um derrama seu pranto.

Sem ter solução a gente finge

que está tudo certo, que está tudo bem,

mas não tem condição,

a vida é muito mais que isso e eu quero ir além.

Daqui de cima sou só um olheiro,

vivo observando esse formigueiro,

que segue sempre o mesmo roteiro,

e na vida apressada esse pessoal,

numa procissão vai sempre pedindo,

na mesma mazela reza se iludindo,

nessa novela vai se consumindo,

e eu daqui observando tudo,

na tela da vida real.

Saulo Campos – Itabira MG

Saulo Campos
Enviado por Saulo Campos em 31/07/2013
Código do texto: T4413440
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