CIDADÃO MORCEGO

Eu acordo de madrugada

Com uma sede arretada

Minha mulher de camisola

E o cabelo desarrumado

Prepara meu café

Enquanto enxáguo

Meu rosto inchado

Tiro meu pijama

E visto meu paletó

De homem serio

Aperto na garganta o nó

No espelho me sinto tão só

Com essa mascara de cidadão

E essa capa de morcego

Engulo o café e um duro pão

Um beijo na mulher

E me dirijo ao portão

Agora sou super- herói

Vou enfrentar a cidade

E a cara feia do patrão

Pra ganhar meu pão

O dia termina

E lá vou eu jogar conversa fora

Pra mulher, reunião

Com os amigos,

Muita bebida e gargalhada

E como sempre tudo reinicia

Na mesma madrugada

Luiz Carlos Santos
Enviado por Luiz Carlos Santos em 31/07/2013
Código do texto: T4413095
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