CIDADÃO MORCEGO
Eu acordo de madrugada
Com uma sede arretada
Minha mulher de camisola
E o cabelo desarrumado
Prepara meu café
Enquanto enxáguo
Meu rosto inchado
Tiro meu pijama
E visto meu paletó
De homem serio
Aperto na garganta o nó
No espelho me sinto tão só
Com essa mascara de cidadão
E essa capa de morcego
Engulo o café e um duro pão
Um beijo na mulher
E me dirijo ao portão
Agora sou super- herói
Vou enfrentar a cidade
E a cara feia do patrão
Pra ganhar meu pão
O dia termina
E lá vou eu jogar conversa fora
Pra mulher, reunião
Com os amigos,
Muita bebida e gargalhada
E como sempre tudo reinicia
Na mesma madrugada