Calabouço de palavras
De uma pena
Eis uma cena
Que se encena
Sem tema
Não existe rima
só um monte de tudo isso, posto em cima
vendo isso durante o dia em outro dia
calabouço de palavras, presas em devaneio
Concretos de areia feitos com ar
construído por arquitetos de vontades vagas
tudo levado pelo mar, aquele tanto que se pacienta em ensinar
aos que escutam as ondas, sem ritmo, cantar
Devaneios, de como encontrar
o meu outro seu
ou seu eu em outro
ser pleno
Uma paixão que não espera
Vira um sonho que não prospera
Um conto precisa de sonhos
E as palavras em vontades se (p)rendem
Não se libertam palavras, feias ou belas
Mas sim o espírito na tela da vida
Ele imprime sua tinta no papel de cada um
E os sonhos se tornam vivos, tão seus como meus
A realidade alcança depois.
E se não alcançar, ao mar escolho escutar.