metamorfose

no momento em que você

está dentro do texto,

nele imerso,

você pode ser um mago,

um ser desfocado,

deslocado até,

aloucado ou alocado

por uma fé

que te domina

– e você quer,

irreconhecível você é

e isto te dá chances

de parecer bonito,

esquisito ou esquizofrênico,

esquizofrêmito,

e fora do alcance

de outros seres,

embora nem melhor nem pior,

mas inapelavelmente diferente

quando você sai do texto

ou dele se livra,

ou sente aquele desconforto

que indica o fim da magia,

aí cai por terra o disfarce,

da máscara é o desenlace,

e você faz como todo mundo:

acha que a poesia

tem tudo a ver e a dizer

– era você que não via!

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 30/07/2013
Código do texto: T4411230
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