MEU SILÊNCIO

Não quero me afogar

Em palavras que eu nunca disse.

Por isso me calo.

Entendo porque não foram ditas.

Fui cúmplice do meu silêncio

Compactuei com minha culpa

Sofri pela falta da minha ausência

Fui nulo e consciente até o momento

Fui Cristo em certas ocasiões

Judas e Pilatos nas minhas negações

Briguei comigo mesmo

Desabafei com Deus

Assumir as consequências

Entendi a minha inépcia

Fui indo sem a espera da chegada

Me vi nos palcos

Interpretando os mais belos poemas

Todos eles escritos pela vida.

Quando dei por mim, eu me vi.

Que sina, ser poeta.

O palco agora é minha vida

Estou revertido de toda poética

No corpo e na alma

Agora sou poema na minha mais bela

Interpretação.

A vida tem sua própria sabedoria

Tem momento que só pode ser

De dentro para fora.