TRISTEZA PROFUNDA
Os ponteiros do relógio não se movem
A voz embarga na garganta
E os soluços soltos fogem
Pela tristeza que se levanta
No peito transborda
Uma saudade já fria
Que vai roendo a corda
Soltando uma torpe agonia
A tristeza banha a face
Com lágrimas salgadas
E no peito nasce
Uma dor desesperada
Urge o tempo em seu destempero
E num lampejo volto à realidade
Engulo meu exagero
Mudando minha vontade
Cubro a ferida aberta
No coração exposto
E quando a dor aperta
Cubro também meu rosto
Afrouxo as amarras
Da paixão enlouquecida
Que mostra suas garras
Aprofundando ainda mais a ferida.