A beira do rio Mossoró I
Já é fim de mais um dia
E em meio a euforia
Tive tempo para refletir
E ao Mossoró fui para expandir.
Já no cais com os pés no rio
Observo o verde sombrio
Que vaga lento e sem vontade
Como se o doce não almejasse a salinidade
Ou melhor explanando
Como se o rio enclausurado
Não desejasse a liberdade no oceano
Então me vejo neste pensamento insano.
Vejo que me soltei da ancora na profundeza
E me deixei ser levado pela fraca correnteza
Mesmo sabendo que não teria mais como voltar
Pois tudo flui e no inicio não tem nada para encontrar
Já que nunca mais as águas serão as mesmas
E o que me sobra são apenas lembranças
Que boiam e passam até sair da minha visão
E lá na pororoca o sonho imaginado
É destruído no encontro do doce com o salgado
Tornando-se apenas devaneios da minha imaginação.