Cartas à beira mar! Inverno da alma.
Meu amor, cada noite escrevo uma carta.
Já são tantas e tantos escritos
que nunca mandei.
Quisera mandar, desisti.
Mas insisto em voltar aqui.
Beira mar que tanto me acalma,
alivia a dor e a alma.
Cada onda que quebra na areia,
nova linha que escrevo e me atrevo
a me ver ao teu lado,
e desse meu jeito estressado,
amasso a folha de novo.
De novo as palavras se vão
escritas que foram
em vão.
E esses tremores que trago na mão
é a conta que pago
da compras que fiz
nessa vida que estrago.
Esse frio que não passa!
É inverno agora.
No tempo e na alma,
o calor foi-se embora.
Que saudade de ti, meu amor,
tanta paz trocada por dor!
É inverno agora.
Faz um frio congelante lá fora.
E congela por dentro
meu peito vazio.
Sinto tanto frio!
Tanto frio, meu amor...
Retornando ao recanto, fui rever meus rabiscos guardados. Encontrei meu inverno guardado ali.