cilada carne

E minha língua

Sobre a pedra da

Alcova, se delicia

Com seus olhos

De santa puta

Nela, bela ela,

mulher bela e negra

no altar da minha

religião...(a vida)

a vida,

que roça minha

pele, a concreta pele

do desejo, que me

leva em sussurros ou

gritos, depende,

numa cela de

arqueiros

e seus olhos, santa,

bela negra, me toca

o céu da minha carne

me come, me tortura

me arde, e faz do meu

canto o meu reino

a minha cilada de grave

palavra

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 26/07/2013
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