Catacumbas de Verão

Fria, tão fria a tarde viva,

escusa e nua e um coração

que pulsa, soluça, no acorde

que em alforje guardou a redenção.

E os dias, sigo pelos dias

nas tardes tão frias

que a alma quer livre vagar,

serpentear no gelado divagar.

E os dias, as noites tão frias

e o fogareiro e o feitiço

nos timbres da bateria,

açoite do mundo... Melodia.

Fria, tão fria a alma viva

no imenso do infinito

além do livre-arbítrio

galgando os degraus dos mitos.

Ah... E os dias...

Como são frios os dias solitários

a espera do harpejar da nota nula

que desmancha a densa bruma

que cega o caminhar.

Agora o que resta é voar

pelas catacumbas de verão,

pelo algoz dos dias,

e deixar viver a poesia

que é o que resta a contemplar.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 26/07/2013
Código do texto: T4405171
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