SONHOS DE VIDRO
Fui juntando dissabores, desenganos, desamores,
os rancores do meu peito, o desarranjo na alma,
e o vazio no leito.
Remoendo a toda calma, quando levanto ou me deito,
trasportando tanta angústia, circunstância adversas,
tornei-me enfim desse jeito.
Buscando tecer meu canto, escaneando o espaço,
fiz de mim um ser alado, evitando o desencanto,
a voar tão descuidado.
Idas e vindas, voos rasantes, poeta errante,
asas de cera, sonhos de vidro, vida cruel,
zombando de um menestrel.
Saulo Campos - Itabira MG