Arte da volúpia
Minhas mãos procuram o devaneio, em tuas mãos.
Meu corpo deseja o teu corpo, em minhas mãos....
E meus olhos anseiam por te ver nas minhas mãos.
Minha vida vive sem sentido na espera,
Feito árvore fecundada na estrada
Onde não há vácuo, nem tempo, nem espaço,
Onde só há flores, sem espinhos.
À mercê do vento, da garoa e da névoa seca,
Do frio que confunde teus braços com o frio cobertor...
Estou à espreita, feito lobo uivando
Pronto pra dar o bote...
Feito céus em todos os tons de azuis e violeta...
Feito algodão para ser linho,
Ou saindo borboleta...
Feito uva e depois vinho
Feito bicho da seda.
Estou à tua espera, do jeito que a areia espera
A últma onda que o mar ainda não formou
Feito estrela que espera a noite para a noite
Cobiçando a Lua branca e nua
Desmaiada e escancarada no céu...
Estou a teu deleite, feito delírio de criança,
Diante de um bolo de confeitos...
Feito todos os anéis que envolvem saturno,
Pra me extravasar na arte da volúpia.
Tony Bahi@.