Lago
Lago das águas sílicas
naufraga-me em pupilas
das lacunas paralíticas
Chove a clâmide da alma
quebradiça e embaçada viva
Chovem as flores sidéreas
de primavera e sonhos eternos
Dos sonhos já passados
os análogos aos olhos ancestrais
movediços livres e ecoantes
vagantes pelos mares celestiais
Das águas que banham o lago
vibram as sonatas sem fim
lago das palavras que deságuam
em cascatas dentro de mim