Lago

Lago das águas sílicas

naufraga-me em pupilas

das lacunas paralíticas

Chove a clâmide da alma

quebradiça e embaçada viva

Chovem as flores sidéreas

de primavera e sonhos eternos

Dos sonhos já passados

os análogos aos olhos ancestrais

movediços livres e ecoantes

vagantes pelos mares celestiais

Das águas que banham o lago

vibram as sonatas sem fim

lago das palavras que deságuam

em cascatas dentro de mim

Amélia Queiroz
Enviado por Amélia Queiroz em 25/07/2013
Reeditado em 22/01/2014
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