Barbeiro.

Corte de vida, corte de mundo,

Cortaste o contraste da calma,

De um golpe surdo de sorte

Pesadelo sem medo de trauma

Que o mudo canto da morte

Não cale o clamor de minh’alma

Apressando o avesso do início

Sinto poder me chamando

Na navalha empunhada

Nas gargantas sangrando

Sinto que a hora é chegada

Sinto o ceifeiro chegando

Não temerei pois meu fim

Que de morte fui aliado

Não querendo ser rogado

Tampouco perdão de mim

Só mais um corte em mente

Com o suspiro que me resta

E pra navalha reluzente

Dou minha garganta funesta

O sangue vai jorrar quente

Mas é sangue que não presta.

Leones Silva
Enviado por Leones Silva em 25/07/2013
Código do texto: T4403533
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