Ela, de azul claro...

Os riscos na pele

as marcas profundas

doentias cicatrizes que não se calam

o ar paira e pára

para onde correr os olhos?

Não há mais treva,

nem a treva se ocupa dessa casa.

Quanta dor não mais sinto

só me escondo e procuro não te chamar

não chame! menina, não grite...

Ela estava ficando pra trás

estavam, todo o mundo, indo embora

o tempo acabou

e ninguém olhou pra ela

ela chorava e doía

e ela gritava

a música continuava insistindo,

corre! corre! corre!

E os tambores:

Morre! Morre! Morre!

Meu sangue escorrendo; de novo!

Tudo é sombra, cinza tarde,

cinzentos corredores

e vidas e abismos...

porque eu...

(estou ainda tossindo sangue)!

porque de azul claro...

porque eu pulei no abismo...!