A QUINTANEAR

Em setembro
quintanearei primavera nas ruas
do bairro adotado.
Serei tênis de caminhar,
poesias ensaiadas no ar,
de tanto sonhar
o que já nem lembro.

Por certo viajarei lembranças
tuas, postas em calçadas nuas
de afeto. Outras, quisera doces,
na perspectiva de que me fosses
a esperada festa de crianças.

Calçadas, no entanto, andam de lado,
resistem, ainda que deixem passar
alegrias, medos e tristezas do passado.
De nada adianta andar
o passo mais apressado.

Irei, pois, apenas
setembro adentro,
a quintanear.
Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 24/07/2013
Reeditado em 02/08/2014
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