Personal
O povo caminha...
Marcha, trabalha...
Acaba suas forças durante o dia.
Chega em casa, que covardia!
Quando tem casa,
Os filhos estão na rua e a mesa vazia.
Mais do que um passo,
Mais do que um laço...
É esse processo moromanipuloso,
Que chamam de Democracia.
Uma vida inteira na miséria humana...
Sem pão, sem casa,
Sem amparo da lei e sem água tratada,
Com liberdade de expressão e voz representada.
Pelas ruas, pelas vias,
Profetas vivos dessa vergonha,
Dormem a noite sob insultos e agonia.
Na realidade bruta,
Do corpo só se extrai a dor,
Por que não há escola que ensine;
Não há família que acolha,
Nem hospital que cure.
Vive-se a mercê de Deus,
Porque as regras são escritas,
Mas a justiça não é feita.
Já não adianta se arrastar;
Nas esquinas esmolar;
Virar o lixo ou suicidar.
O que não pode mais...
É acomodar.
O contrato foi feito para todos.
Essa terra é nossa,
Essa bandeira, esse selo...
Não podem mais ficar alheios aos nossos apelos.