" Inverno "
É madrugada de inverno intenso
Não só nas ruas e nas avenidas
O frio interno também dói na alma
E sangra o peito ainda em feridas
Coração bate descompassadamente
O medo chega e me ponho a chorar
É tsunami nessa alma triste
Final de linha, hora de parar
Será meu Deus que resistirei?
Tamanha dor, tantas feridas?
Na madrugada de inverno intenso
Chegam lembranças das margaridas
Eu pequenina naquele jardim
Pegava a flor e ia desfolhando
E com palavras tão inocentes
Com bem me quer eu ia sonhando
Na juventude meu bem me queria
Amei, amei e continuo amando
São as lembranças desta madrugada
Que chega assim e me faz recordar
Por uns momentos esqueço a chuvarada
Mas adormeço ainda à soluçar.
*
Jane Rossi