Floricajê

No quase nu,

Das horas,

Que a luz me trás a falta.

Vejo-te.

Arrisco-me olhar nos olhos,

Com desejo.

Desço ao Hades,

Sem medo do pecado.

Vou harmonizando o tato,

Sentindo paulatinamente o cheiro...

Capim com terra molhada.

Fazendo inocente seresteiro,

Como no altar da Serra,

Entre as pedras,

Flores,

Espinhos e

Seios,

Que água doce derrama...

Da boca, para beber na boca o beijo,

Que o vício da febre louca arejo.

Fazendo a alma arder de cio nesse corpo,

Que almejo.

Como uma paixão...

Pura das matas daqui.