OS OLHOS DE VENEZA
Antigos olhos, harmonia
de imemoriais mirantes,
por onde penetram aragens frias
nas hibernais estações, .
são tuas janelas que guardam sorrisos,
acenos, lágrimas, roçar de braços...
Brancas mãos nos parapeitos,
como pássaros em revoada,
horizontes vislumbrados ,
silêncios nas madrugadas...
Fidalgos galantes contemplando damas,
agora lembranças em museus !
Para sempre recortadas
nas paredes senhoriais,
escravas de toda ânsia,
amigas no seu aconchego.
E o vento por suas entranhas,
geme, chora, tange as lembranças.
Uma moça sorri neste momento,
e os sons levados pelo tempo,
ecoam em outras paragens...