Do Elogio

Preserve-me dos elogios, se gosta (mesmo) de mim!...

pois, também, pode ser ruim se sentisse os calafrios

que sente que tem os brios afagados tanto assim...

e a vaidade, enfim, provocada pelos psius.

Quem me sabe é o espelho que não vê nada além

que o meu real mal ou bem (preto, branco, azul, vermelho...)

para quem me ajoelho; como ajoelha quem vem

(com apenas o que tem) oferecer-se...pedir conselho.

Esse reflexo bendito, tem o olhar verdadeiro

que vê e ouve (certeiro) seja o feio ou bonito...

pelo sussurro ou grito...sem a luz ou de sol inteiro...

com doce ou amargo cheiro...serenado ou aflito...

enfim, no que acredito quando me enxergo primeiro

antes que o elogio (ligeiro) me excite com o seu apito.

03-06-2013

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 22/07/2013
Reeditado em 10/12/2015
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