O Espectro e a Poesia
Adrento da noite escura, a imagem desfocada,
Uma bela criatura, cuja silhueta exala poesia,
Não é homem nem mulher,
É todas as coisas e nenhuma.
Parece dizer-me algo
Sem lançar uma única palavra.
Parece sentir e entender tudo de meu interior,
Se mostra menor que eu, porém o sinto maior.
Sua voz se fixa em meus pensamentos
Parecendo que são meus
Mas não são,
Assim que perco o medo e começo a escrever,
O espectro se vai,
Mas ainda o sinto aqui, tão vivo e intenso
Quanta essas palavras que vos compartilho,
Seu corpo habita nessas linhas.
Assim como milhões de vozes desconhecidas
Que sopram rimas e versos
Aos meus ouvidos, todos os dias.