DECODIFICA-ME




O que escrevo sou eu
Minha letra revela partículas de mim organizadas em grafos
Grafadas, psicografadas pelo meu ego.

Se estou feliz,
As letras esboçam sorrisos
Nos cantinhos de suas extremidades
Se estou triste, elas choram
E transbordam a folha umedecida
Se canto, elas dançam
E exalam melodia no ímpeto do ritmo...

Eu caibo dentro de cada palavra que escrevo
Mas também as transcendo
E viro reticências...

Na despetalada flor do bem ou mal me quer
Eu sou a flor mulher cujas pétalas se espalham
Pelas linhas em forma de versos.
Apaga-me os versos, arranca-me a alma...
E eu serei poesia ainda no mundo das ideias
Platônica e ensimesmada...

Se minha letra te fere,
Se minhas palavras te ofendem
É porque em algum momento
A ensinaram ser punhal...

Se elas te beijam e te acariciam
É meu amor que te procura
Acima de nosso bem e de nosso mal...

Sou o que escrevo como anagrama de mim
Decifra-me e entenda minhas luas
Aceita-me e doma minhas feras,
Ou te devorarei
Porque estou escrita assim...

Minhas reticências dizem mais
Mais do que seus olhos podem ler
Decodifica-me!
Pois desde o início estou escrita pra VOCÊ.


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Obs.: O emprego da palavra "VOCÊ", neste último verso, gramaticalmente, está incorreto, porém usando-me de licença poética, quis demonstrar nesse uso em lugar da palavra  "TI", aproximação e familiaridade, identificação.

Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 21/07/2013
Reeditado em 23/07/2013
Código do texto: T4397917
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