SERTANEJO
Sertanejo, Sertanejo!
da terra seca fêz sua habitação,
a procura do alimento
prá mulher e rebentos,
respirando a poeira do alto sertão.
Olha a plantação,
sem arado, sem regado!
É a raça, é a luta,
êta vida bruta!
nesse sol que queima o tempo,
seca o chão e mata a fruta.
Sertanejo, Sertanejo!
mais um dia sem farinha, nem feijão,
outubro se passou,
e a chuva de Cajú não molhou.
É a raça, é a luta
êta vida bruta!
no sol que queima o tempo,
seca o chão e mata a fruta.
Sertanejo, Sertanejo!
sem arado, sem saber,
o caminho é penoso
na mão do poderoso,
olha a plantação que se queima,
e não dá não!
mais um dia sem farinha, nem feijão.
......................................................... (fala sertanejo!)
____ Latifundiário aonde tá ocê?
dezembro já passou,
cadê a água de Santa Luzia?
Que me alembro não pingou ...
O peito aperta, a barriga berra
é a fome, é a fome!
É a fome "seu home"!!
___ Latifundiário, aonde tá ocê?
É março já se indo
e as agueira de São José
no meu plantio não fêiz fé!
Êta vida bruta do sertão?
o sor queimou meu tempo
secou o chão, matou a fruta.
___ Cadê minha plantação?
Cadê a minha luta?
cadê o Doutô da promessa
que espero e vem não?
O peito aperta
a barriga berra
é a fome, é a fome!
É a fome "seu home"!!
1986
Andrade Jorge
direitos autorais registrados
Fundação Biblioteca Nacional
Rio de Janeiro/Brasil
ANDRADE JORGE&POESIAS
http://andradejorgepoesias.vilabol.uol.com.br
POETAS AMIGOS
http://ospoetasamigos.zip.net
Sertanejo, Sertanejo!
da terra seca fêz sua habitação,
a procura do alimento
prá mulher e rebentos,
respirando a poeira do alto sertão.
Olha a plantação,
sem arado, sem regado!
É a raça, é a luta,
êta vida bruta!
nesse sol que queima o tempo,
seca o chão e mata a fruta.
Sertanejo, Sertanejo!
mais um dia sem farinha, nem feijão,
outubro se passou,
e a chuva de Cajú não molhou.
É a raça, é a luta
êta vida bruta!
no sol que queima o tempo,
seca o chão e mata a fruta.
Sertanejo, Sertanejo!
sem arado, sem saber,
o caminho é penoso
na mão do poderoso,
olha a plantação que se queima,
e não dá não!
mais um dia sem farinha, nem feijão.
......................................................... (fala sertanejo!)
____ Latifundiário aonde tá ocê?
dezembro já passou,
cadê a água de Santa Luzia?
Que me alembro não pingou ...
O peito aperta, a barriga berra
é a fome, é a fome!
É a fome "seu home"!!
___ Latifundiário, aonde tá ocê?
É março já se indo
e as agueira de São José
no meu plantio não fêiz fé!
Êta vida bruta do sertão?
o sor queimou meu tempo
secou o chão, matou a fruta.
___ Cadê minha plantação?
Cadê a minha luta?
cadê o Doutô da promessa
que espero e vem não?
O peito aperta
a barriga berra
é a fome, é a fome!
É a fome "seu home"!!
1986
Andrade Jorge
direitos autorais registrados
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Rio de Janeiro/Brasil
ANDRADE JORGE&POESIAS
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