BUSCA
Meus olhos sobem as ladeiras
Em busca dos teus
Meu corpo pisa as velhas pedras
Imaginando tuas possíveis pegadas
Quero te alcançar entre o invisível
Meu amor é flecha violada
Que esbarra em tantas casas, tantas igrejas
Mas ainda assim bate a tua porta
Não mais com a força que existe em mim
Para não acordar o indevido
Chega calado, na madrugada
Apenas com o meu cheiro
Que cola ao teu corpo e beija cada retalho
Dessa cocha de prazeres e poesia
Que me cobre com tanto amor
Que mesmo na tua ausência
Durante noites e dias
Me sinto agasalhada
Essa flecha meio tonta,
Sussurra baixinho aos teus ouvidos
Que te ama, que te espera e que te encontra
Até mesmo quando te entregas ao medo
E te escondes no teu jarro
Quase sem respirar,
Em pânico só de imaginar
Que se rasgue o véu do segredo.