PALAVRAS PONTIAGUDAS
Palavras pontiagudas
Que soltam entre os dentes
E de repente
Não mais que de repente
Ferem!
Mas são palavras que pintam verdades
Não devem vagar o submundo
Do teu ser
Por isso, me calo...
E tento serenamente entender
Que as rosas têm seus espinhos
Não as amo enganada
Mas sujeita a sofrer
Quando parte do que tu és,
A parte que adoraria não ver,
Ganha asas e pula do ninho
Pousa sobre a ferida quase cicatrizada
Que até fazia-se esquecida
E no trocar de roupa das horas
Distraidamente, algumas palavras
Serão acordadas e ao bocejarem
Encostarão sua ponta afiada
Sobre minha alma
Que apesar de tão calejada
Sangrará um pouco, mas sem maiores danos
Pois teus beijos, teus carinhos
Apagará cada palavra dita
E a alegria nos teus olhos lida
Traz-me a verdade do teu amor
Certezas de que não me engano.