Fração de segundo

Na cabeça do velho

Cabelos brancos de tanto pensar,

Prateados pelas lembranças

Quebradiços e sem brilho

Dos tropeços nos batentes

E nos degraus do caminho

Da infância à velhice

Um pulo no traçado da "amarelinha"

Velho sente falta de mãe

Do cheiro e do colo

Da historinha repetida

Do beijo de boa noite

Muita coisa se perde na lembrança

Mas elas estão lá, em algum lugar.

E quando as encontra

Sorri como menino

Do vai vem da gangorra

Da gaiola do passarinho

Velho não tem passado.

Presente e futuro se misturam.

Caminha para outro tempo

Seguindo a rota da esperança,

Segurando nas mãos trêmulas

As mãos de seu amor.

E de repente, como a luz que se apaga

A eternidade se faz fração de segundos.

Aziul
Enviado por Aziul em 19/07/2013
Código do texto: T4395407
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