Na hora da morte

Na hora da morte a alma silencia.

Apenas ouve os sons da vida

Nos ventos e nas águas

No fogo que estala

Na madeira exalando cheiros

No bater de asas

Nos passos dos homens na calçada

A alma apenas ouve, imóvel

Os gritos dos bichos dentro de si

Que rosnam, urram, uivam

Na ânsia de liberdade

E aos poucos se transformam

Em zumbidos, trinados e gorjeios

Até o voo final

Na hora da morte a alma serena.

Despede os bichos criados

Que transformados se vão, alguns

Alguns permanecem apaziguados

Na hora da morte a alma se refaz

Meio criança... meio velha

Ouvindo uma canção de ninar

Querendo colo, aponta para o céu.

Aziul
Enviado por Aziul em 19/07/2013
Código do texto: T4395401
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