Pérola
São as ostras que constroem
As pérolas do colar
Dos oceanos
Banhados por uma aurora
Nácar
Adornando a beira-mar
Por longas rendas bordadas
De areias
Que nas profundezas parem
Com dor
As pedras preciosas tecidas
Pelo luar
Pelas ondas que molham
Os rochedos
E vão adormecer nas areias
Brancas das praias
São elas que adornam
As orlas azuis
Que com suas lágrimas
De luz
Amamentam os pássaros
Longínquos
Os arpões apaixonados
E as auroras de zincos
São elas que embelezam
Os seios belos das donzelas
E o olhar das vitrines de diamantes
E esmeraldas
E junto com as rosas escarlates
E um pingente de rubi
Escrevem um poema apaixonado
Para a amada
Uma sonata de citar
Com gotículas de chocolates
Grãos minúsculos
Que enriquecem os músculos
Nascidas nos úteros dos moluscos
De conchas bivalves
Nos jardins de corais
Em profundos oceanos abissais
Pequenas gotas de sais
Lágrimas de uma luz interior
Joia fundida por uma imensa
Dor
Que junto de uma flor
Torna-se a mais linda canção
A mais bela declaração
De amor.
Luiz Alfredo - poeta