Tua Voz
Tua voz é tão doce, um acinte, um pecado
Parece de anjo, entoar de hino
Beleza a envolver-me por todo lado
Voz de vento, de prece, de padre beneditino
Som que me abate, penetra sorrateiro
Dor que me cala, silêncio derradeiro
E arrepia minha pele quente
Acalma serena esse amor insano
Tinge de Luz minha aura ardente
Com ecos de um canto gregoriano
Me acalenta esse timbre, barítono, creio
A embalar em leveza meu louco devaneio
Tua voz é tão mansa, bela, perigosa
Tal qual um oásis, sussurro de tamareira
Me faz colher miragens, serpente ardilosa
Que me envenena o sono, canção primeira
E esses tons límpidos, revoar de cotovias
Me atormentam as noites, iluminam os dias...
Claudia Gadini
16.04.05