Narguilê

No escuro a brasa do narguilé,

Na fumaça a essência de tudo que não se vê.

Pra cada gole de café, uma passada de página,

Em meio a introspecção tranquila de uma tarde atarefada.

Sinto, exalo e embalo,

A cada tragada.

Acordo, olho, volto,

A cada gole.

Passeio vejo, penso, entendo,

A cada página.

Escuto as bolhas no fundo da garrafa,

Glub, glub, glub, mais uma tragada.

Agora que a tarde já não está mais amarelada,

Olho pela janela, não te vejo, e mais uma tragada.

sábado, 21 de maio de 2011