À Luz Mortiça da Candeia

À Luz Mortiça da Candeia

Fui ouvir cantar o fado,

Naquela velha taberna,

Sai de lá fascinado,

Com aquela voz doce e terna,

Que me deixou encantado!

Cantava a cantadeira,

Com tristeza a sua sina,

Sentada numa cadeira,

Tendo ao colo sua menina,

Ouviu fado a noite inteira!

À luz mortiça da candeia,

Que a sala mal ilumina,

Naquela casa cheia,

Como a tradição determina,

Pão e vinho para a ceia!

Na madruga a lavadeira,

Para o rio seguia,

Na rua era a primeira,

Quando ainda mal se via,

Já estava na ribeira!

Enquanto a rua subia,

O pregão da peixeira,

Bem alto se ouvia,

Atrás dela a leiteira,

O leite à freguesa vendia!

Já ao romper do dia,

Passa agora a carvoeira,

Que a mesma rua descia,

Apregoando à sua maneira,

O carvão que na saca trazia!

CasMil
Enviado por CasMil em 18/07/2013
Código do texto: T4392730
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