NÁUFRAGO

Por que fui me iludir e me encher de desejo

se era pra ser no ensejo um simples beijo de amigo,

mas um sentimento antigo invadiu meus pensamentos

aflorando os sentimentos e agora o que é que eu faço,

com o poema inacabado, sem o refrão da cantiga,

coração no descompasso não quer chamar-te de amiga.

Essa fadiga no peito vai causando arritmia,

se o verso ausenta de mim faz calar a poesia,

que num grito sufocado pede ainda renitente

feito quem pede calado que nos amemos somente.

No desalento me encanto com qualquer lembrança à toa

olhando tua foto canto, mas meu cantar desentoa.

O coração vai sangrando com tamanha dissonância,

a saudade apunhalando minando toda a esperança.

Entre teu beijo e teu riso sou náufrago a me afogar,

buscando pelo farol no desdém do teu olhar,

vou ruminando a tristeza, pois a alegria se esquiva,

mas se em ti tudo é beleza, não vou morrer à deriva.

Saulo Campos - Itabira MG

Saulo Campos
Enviado por Saulo Campos em 18/07/2013
Código do texto: T4392646
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