Frio Eco
perdida em meio às sombras
que emanam de meu desejo
cálido e psicótico de viver
adormecida neste sombrio
pesadelo vivo que nos faz viver
como um frio eco
de nossa própria alma.
ao abrigar em minha
congelada alma
o frio eco dos fantasmas
da dor e da tristeza,
a doçura das sombras
a me mergulhar gentilmente
no angélico mundo
dos sonhos mortos
a me chamar à razão,
insana devoção
a devorar meus recônditos
e abençoados pesadelos.
e ao sentir em meu coração,
minha morta conselheira,
a carícia doce das dores
a me dar seu louvor,
frio eco angelical,
pra me acolher em meus
momentos de solidão
e tão gentilmente me oferecer
a escura companhia
ao me ver solitária
no meio da multidão de fantasmas
em que me faço confundir
com cada olhar vazio
a me espelhar a dor.