Ostras
Da fazenda marinha, ao sul,
Ali na Ponta dos Naufragados,
No ápice da maré cheia,
Em balaios chacoalhando
Lá vêm elas agitadas...
Das batidas das águas,
Nas conchas espremidas,
Vão-se... empertigadas.
São frutos do oceano,
Qual código impresso
Enrugadas em seus casulos
Perenes suas vidas fluem...
Afrodisíacas ostras!
Gratinadas, ensopadas...
Nas mesas, entre mariscos,
De intenso paladar...
Raras, dão água na boca.
Conchas-dos-pintores brilhosas
Apetitosas e aromatizadas,
Já não pululam... vaporosas vêm...
Gengibre, limão, ostras temperadas.
Sem pérolas, só sabores...
Desses mares quentes,
Cremoso fricassé de ostras...
Magnífico jantar!
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IZABELLA PAVESI
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imagem: arquivo pessoal