A TABA IMAGINÁRIA

A TABA IMAGINÁRIA

Chuva de verão no inverno!

No céu azul o amontoado cinza,

A pancada anuncia a mudança,

A perda das estações.

As gotas da chuva tamborilam

No capo de meu carro como notas,

Notas de um piano afinado.

Retorno ao um passado nas asas da recordação,

Vou à taba de minha imaginação;

A nudez era algo tão natural

Como era belo o corpo,

O raio era um Deus e a Terra sagrada.

Caminho para a minha sina,

Outra chance lançada ao sabor da chuva,

Nas idas e vindas do acaso.

De um lado o diabo me assopra um não,

Na frente meu anjo indica um sim.

Sob a chuva de verão no inverno,

Lavo minha alma das cores de borboletas,

Jogo fora os casulos da mariposa,

Queimo as hortênsias secas,

O bulbo de tulipas espalha-os pelo caminho,

Arranco a seta de medo de meu coração

E entro na taba imaginaria de peito aberto.

Dispo-me como no dia de meu nascimento,

Sem pressa de mostrar quem eu sou,

Minha historia não deixara de existir,

Minha essência não mudara jamais;

Como o escorpião jamais terá asas

Ou um gato preto vadio jamais terá dono,

Assim na taba imaginaria entre harpias,

Entre corujas, falcões e águias,

Estendo o meu braço para uma coruja branca,

Não a prendo,

Não dou a isca.

Dou-lhe apenas o tempo

E a coragem de me mostrar.

André 15-07-2013

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 17/07/2013
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