Porto

Em que horas, meu porto desbotado,

Tornei-me musgo das tuas táboas?

Tornei-me alga das tuas barreentas águas?

Diga-me, ó porto, qual foi meu pecado!

Sendo assim, ó porto de madeiras,

Deixe-me navegar sem remo ou proa,

Aproveitar desse mar a parte boa

Das marés com as pedras as brincadeiras...

Ó porto egoísta, por que mentis para mim?

Sendo eu barco a deriva, meu porto,

Para que tratar-me assim?

Ó porto, cheio de névoas e olhares

Por que os homens não se calam

Se tuas tristezas chorares?

Izaías Serafim
Enviado por Izaías Serafim em 16/07/2013
Código do texto: T4390554
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