Ninguém mais
É tudo solidão.
No final das contas,
É sempre sozinhos
Que estamos,
Que viajamos,
Que vivemos.
É sempre um só
Que cabe no portal:
Nascemos sozinhos,
Morremos sozinhos.
Portanto,
Só vivemos sós,
Com raras exceções
De companhias...
A cada decisão,
A cada rumo,
A cada missão,
É sempre nós,
Conosco próprios,
E mais ninguém.
Pode ser que ao longo
Dessa nossa jornada
Encontremos alguém
Para nos dar as mãos,
Oferecer ouvidos,
Ou palavras afáveis.
Mas no final das contas,
Somos só nós próprios,
Sempre só nós mesmos,
E mais ninguém
Que tomamos a decisão,
Que escolhemos o caminho,
Que continuamos andando,
Ou que decidimos parar.
Não importa o quê.
É sempre um. É sempre nós.
E mais ninguém.
A solidão não passa,
Porque a solidão não é.
Ela nos acompanha
Para nos fazer sentir
Ainda mais sós.
(Catalão, 11/07/2013)