CAIXEIRO-VIAJANTE
Vai caixeiro-viajante...
Sua vida itinerante
Cheia de recordações,
Pesa em sua bagagem
Carregada da saudade
Que deixou nos corações.
Uma vida complicada
Sem ter rumo nem parada,
A conquistar corações;
Deixando a mulher amada
Chorando na solidão.
Sua vida viandante
Traz o peso em sua mala
Hoje cheia de memória...
De tantas recordações
Passadas na sua história.
Homem livre e sem barreiras,
Não se prendeu a ninguém...
Nem amores ou família,
Que o prendessem também,
Num lar ou qualquer lugar.
Mas o tempo foi passando,
Os seus passos limitando
E a solidão chegando...
Marcando seu coração
Vazio, sem um afeto,
Ou o carinho de alguém.
Foi assim a sua vida...
Brincando com os sentimentos
Das pessoas que deixou
Com o coração partido
E que ele nunca amou.
Apenas se divertia...
Iludindo com promessas
De amor por toda a vida,
Mas partia e não voltava
Para cumprir sua palavra.
Agora a velhice chegou
O seu fascínio acabou,
E no decorrer da vida...
Somente deixou despedida
Nos caminhos que passou.
Chora agora arrependido,
Mas, está colhendo hoje
O que no passado plantou.
Solidão mora com ele,
Pois é tudo que restou...
No peso da sua mala!
There Válio – 28-03-2011