O Baile
Na confusão dos sons...
Ouço o tom;
Puxo a roupa a descobri a natureza,
Em sua perfeita beleza.
Sinto a pele na pele,
Conhecendo a essência com toda clareza,
Arranhando os seios expostos, os pelos,
Como a explosão de cio e desejo.
Saem as feras, a mordida nos lábios,
O cravar das unhas singelas na pele,
O grito gozo, como choro adolescente sobre a cama.
Num entra e sai de suor,
Ferro, calor e pose faz um segundo ensandecer.
Tudo se agita,
Mutila e se irrita.
Sussurros viram gritos;
Simples palavras viram ditos vulgares,
Em pares, em mares,
Que cessam calmamente num silêncio mordaz.
Ao redor espalhada na fonte seus cabelos molhados descansam;
Suas forças nivelam ao olhar de fim de tarde,
Que sem maldade,
Envolto em toda sensualidade,
Só sabe dizer que quer mais.
Vale dizer, entre mim e você,
Ainda que haja a voz do cansaço,
O limite da fome,
Estar na paixão do amor,
Que nos fomenta a juventude.