ODE AO AMOR MALDITO

Adentra a barca sombria

no cais de veneno

venho vindo em teu encalço

e é firme meu leme

desde que me fiz de forte

desde que lancei me ao mar

O momento é de loucura

remendo a capa rota da esperança

com fios de desânimo

que se rompem ao menor movimento.

Assim tão maltrapilho

às portas do teu país

sou levado às pressas

para algum porão insuspeito

aonde vais

de madrugada

observar minha nudez

em estado de agonia.

De volta ao mar desengano

despojado de quase tudo

sustento o fardo pesado

dos teus olhos

esmaecendo

e a vergonha de ter vindo

a teu convite

de estar vivo e no limite

a escandalizar a corte

com a delicadeza dos meus versos

e os sentidos pelo avesso.

ROSE VIEIRA
Enviado por ROSE VIEIRA em 16/07/2013
Reeditado em 30/03/2014
Código do texto: T4389628
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