O MEU AMOR...
O meu amor não é manso
Ele chega já sedento
Do deserto da saudade
Veste-me com mãos curiosas
Quebra-me pela metade
E brinca com os meus cacos
Montando e desmontando
Apagando com sua língua
Essa falta que me arde
Amarra-me em suas cordas
Que não canso de dedilhar
E quase viro cinzas
Em meio a tanta chama
Que brota daquele olhar
Essa mulher que me ama
Não apenas me completa
Como uma flor ao jarro
Nos seus braços, transbordo
E escorro entre os delírios
E os lírios que esbarro.