Palavra de mano: Podia tá roubando tá fumando, tô aqui oferecendo poesia
Como disse um mano certo dia
Na fila do busão
Com uns livros debaixo do braço:
Podia tá na vida
Roubando matando,
Fumando um.
Sem rumo, sem prumo,
Mas tô aqui oferecendo poesia
Podia tá por aí
No boteco, na função,
Passando pó
Andando na contramão
Ou pior, tá com os irmãos
Falando por gestos
Olhando listrado
Sem sonho, sem ilusão.
Mas não tô aqui oferecendo verso
Quem vai quer?
Quem vai levar?
Poesia da periferia
Às vezes tem erros na pontuação
Mas tem vida
Tem a lida do dia-a-dia
Tem ginga como capoeira
Tem a malícia do repentista
E o improviso do malabarista