Rascunhos Abandonados

Rascunhos de toda uma vida

em folhas de uma caderneta

guardada numa escrivaninha

e o tempo passa igual cometa

riscando e luzindo o espaço

entre estrelas de uma poesia

que fala de letras antigas,

que guarda os eternos laços

de amores entre duas almas

tão gêmeas e apaixonadas

por vidas diversificadas,

por frações de algum segundo

que passou em instante profundo,

que passou sem se quer a morte

notar toda sua gentileza

de beber relógios com sua destreza.

Rascunhos de um amor pagão

tão vão e até platônico,

sofrível e áspero pela solidão

em chão de passos canônicos

dos pés descalços e cansados,

das asas desse sonho alado

que voa por entre os equinócios,

solstícios de um astro moribundo

vagando além do fim do mundo

levando aquela carta escrita

em versos àquela flor maldita

que desfolhou todo meu coração

depois de ter abandonado

na estrada a minh’alma nua,

ferindo a minha carne crua

com as rosas da sua loucura.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 15/07/2013
Código do texto: T4387783
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