MADRUGADA FRIA!

Madrugada fria eu te saudo a suspirar,

Mais uma vez me açoitaste o tenro sono;

Breve o lapso de dor veio eternizar,

Perdi o amor, o luxo e o trono.

Utilizei-me de poder e soberania,

De regalos te inundei, mas não o coração;

Cegou-me a fortuna e neguei-te alegria,

Quando querias em teu seio emoção.

No palacete acompanham-me a poeira,

E a fumaça do charuto que vivo a tragar;

Nela encontro em delírio a silhueta,

De ti mulher que sempre irei amar.

Óh madrugada acalenta-me eu te rogo,

Por sua bondade permita-me adormecer;

Acordado em pensamentos eu sufoco,

E sonhando da minha musa posso ser.