Minha saudade s'estende tanto
Que se torna muitíssimo esguia.
E de tão fina, 
Quase não se avista

Minha saudade, a
 deixo num canto
Adormecida,

E cubro tão bem, que quase me esqueço
Sobrevida...




Minha saudade não tem pernas nem braços
E seus olhos moram  longe...
 
Mas veleja em mares altos
Assustada,em sobressaltos

E passeia nas ruas
Fervida
Escaldada
Em infernais asfaltos...

E s’estremece quase sem vida
Amarrada
Pendurada
Em invernais cadafalsos


Viaja em ritmados movimentos
Perdida em vagões de trens
Em vai...
Em vens...


A saudade é una
Mas a poesia,
A divido em duas,
A minha e a tua

E se o tempo não passa nem pensa
Em saudade repenso
Qu’é pra inda mais mergulhar
E então obter alguma recompensa





Adah
Enviado por Adah em 13/07/2013
Reeditado em 18/07/2013
Código do texto: T4385624
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