OLHOS ENAMORADOS
A poesia das coisas comove-me
e profundamente me afeta.
Alguém perguntará a respeito,
achando que elas são coisas apenas,
desprovidas de enlevo poético.
Responderei que delas eu capto
a expressão em seu momento íntimo,
este que me tira do estado
normal e me transforma em reflexo
do que vejo em tudo a minha volta.
Todos os seres têm sua poesia,
a sublime elevação do visto,
a mesma de um olhar em devaneios.
Olhos e coisas fogem ao neutro
estágio primitivo do ser.
Nada é apenas coisa ao meu olhar
que lhe enxerga a intimidade.
Tudo deixa de ser anônimo
porque em tudo está o que viram
meus olhos, da poesia enamorados.
12.07.2013