OLHOS ENAMORADOS

A poesia das coisas comove-me

e profundamente me afeta.

Alguém perguntará a respeito,

achando que elas são coisas apenas,

desprovidas de enlevo poético.

Responderei que delas eu capto

a expressão em seu momento íntimo,

este que me tira do estado

normal e me transforma em reflexo

do que vejo em tudo a minha volta.

Todos os seres têm sua poesia,

a sublime elevação do visto,

a mesma de um olhar em devaneios.

Olhos e coisas fogem ao neutro

estágio primitivo do ser.

Nada é apenas coisa ao meu olhar

que lhe enxerga a intimidade.

Tudo deixa de ser anônimo

porque em tudo está o que viram

meus olhos, da poesia enamorados.

12.07.2013

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 12/07/2013
Código do texto: T4383856
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