A Velhice

Chegando a idade...

As vaidades vão se acomodando.

Para acalmar a solidão,

Procura-se a correção,

Lendo um livro,

Mas ai vem a aflição.

Não se enxerga as letras não.

Começa a vir a dependência,

Procura-se na ausência,

Alimentar um novo padrão.

Já não se anda sem os óculos;

Os remédios da pressão,

Bem como o terço e a bengala.

Rabugice e a teima,

Complicam mais a situação.

Poucos são os que são pacientes,

Já não se tem muito dente,

E o respeito aos direitos,

Não se recebe nem como ilusão.

Pois da programação a costumeira conversa de mesa,

Nota-se uma exclusão.

O tempo passa e na medida das atribuições,

Mais quem pede em graça,

Pra você que é um fardo,

Ir dessa para melhor,

Como solução a rotina do dia a dia.

Quando é chegada a hora,

Só nos cabe apreciar a noite,

Pois que a insônia nos faz andar sem rumo,

Procurando adormecer no colo da prisão.