UMA DAS VERDADES

Tenho como certo o Dia que não virá...

O dia com suas mãos verdes, sua coxa de água,

Sua pluma vertigem.

O tempo aprendeu a esconder coisas

E esconde nossa alma de nós

E as manhãs de si mesmas.

Arpoá-lo é preciso.

Não como se fere a baleia – inseto inofensivo –

Mas como se fende a mulher

Deitada na areia ao longo das teias estelares.

Ou a um cão perdido em seus caninos infantis.

Precisamos deitá-lo para a curra do Milênio:

E o Dia saltará feito um seio amarelo.

Don Aragone
Enviado por Don Aragone em 11/07/2013
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